Saturday, May 24, 2014

‘Cazuza pro dia nascer feliz, o musical’ em Paulínia




“Não quero que me imitem. Não quero ninguém atrás de mim. Tenho muito medo de ser porta-voz de qualquer coisa”.  Nesta declaração de 1988, Cazuza já profetizava o inevitável. O talento instintivo e avassalador, o temperamento explosivo, a linguagem única e libertária fizeram dele um ícone sem precedentes na cultura contemporânea produzida no Brasil. Muito mais do que isso: ainda que à revelia, foi, mesmo sem pretender sê-lo, o grande cronista da juventude brasileira dos anos 80. Morto em 1990, aos 32 anos, no auge da carreira, foi alçado a precoce e definitivo mito no imaginário brasileiro. E que pela primeira vez tem sua breve e trepidante trajetória contada nos palcos, através de‘Cazuza Pro Dia Nascer Feliz, o Musical’, de Aloísio de Abreu, com direção de João Fonseca. A apresentação em Paulínia acontece desde sexta-feira, dia 23 de maio até domindo, 25 às 17 horas, no Theatro Municipal Paulo Gracindo.
O espetáculo reúne alguns dos maiores clássicos de Cazuza em carreira solo ou no Barão Vermelho, como “Pro Dia Nascer Feliz” e “Codinome Beija Flor”. Canções como ‘Bete Balanço’, ‘Ideologia’, ‘O Tempo não para’, ‘Exagerado’, ‘Brasil’, ‘Preciso dizer que te amo’, ‘Faz parte do meu show’ estão presentes no roteiro, que reserva espaço também para composições de Cazuza que ele nunca chegou a gravar, como ‘Malandragem’, ‘Poema’ e ‘Mais Feliz’.
O elenco é encabeçado pelo músico e ator Emílio Dantas*, de 30 anos, que faz sua segunda incursão em musicais. Susana Ribeiro, Marcelo Várzea, André Dias, Fabiano Medeiros, Yasmin Gomlevsky, Thiago Machado, , Bruno Fraga, Bruno Narch, Bruno Sigrist,Saulo Segreto,Dezo Mota, Sheila Matos, Juliane Bodini, Oscar Fabião e Osmar Silveira completam a escalação. Dando vida a nomes como  Lucinha e João Araújo , Ney Matogrosso, Bebel Gilberto, Frejat,Caetano Veloso, Dé Palmeira, entre vários outros personagens que gravitaram no universo de Cazuza.
Para a construção do texto, Aloísio de Abreu partiu das conversas com pessoas próximas a Cazuza e fez uma ampla pesquisa para acriação da estrutura dramática do espetáculo. “Apesar de frequentar os mesmos lugares, eu não conhecia o Cazuza. Entretanto, sempre tive uma profunda identificação com a obra dele, que tem um quê de crônica da nossa época, revelando de forma rasgada comportamentos típicos dos jovens que todos éramos nos anos oitenta”, explica Aloísio.
Como a vida do personagem foi curta e, ao mesmo tempo, muito intensa, o autor procurou contar a história de forma ágil, avançando sempre a partir dos momentos de virada na carreira e na vida dele: a descoberta do teatro, o gosto pelo rock, o momento em que resolve cantar, montar uma banda, se profissionalizar, o estouro, as brigas, a mudança no estilo de sua obra, o estrelato solo, a descoberta da doença, a urgência poética no fim das forças. Enfim, momentos que levam a história adiante. “As músicas se inserem quase como parte do texto. Estrutura de musical mesmo. Claro que tem momento show, mas a trajetória do Cazuza é contada através das letras e da poesia dele. Tudo no texto ‘faz parte do show’“, complementa.
A montagem dá continuidade à pesquisa desenvolvida por João Fonseca de uma cena musical brasileira mais despojada e teatral. “Este espetáculo é mais um passo do trabalho que comecei com ‘Gota d’água’ e que culminou no ‘Tim Maia’. É uma nova possibilidade de desenvolver e aperfeiçoar uma linguagem muito autoral de musical iniciada há alguns anos”. O diretor conta que os depoimentos de Lucinha Araújo foram fundamentais na estruturação cênica do espetáculo: “A partir das lembranças dela, vamos conhecendo a vida e a obra desse artista e, tal como sua obra, a peça alterna momentos exagerados e de puro rock'n’roll a mais intimistas e delicados”, finaliza.
A cenografia de Nello Marrese traz elementos fundamentais do universo de Cazuza. “Pensei num cenário poético e limpo. O espaço cênico é formado por seis praticáveis que representam palafitas. O chão, areia. É a representação do Arpoador, um dos lugares preferidos do personagem. O único elemento fixo é uma mesa que se desdobra em diversas representações: bar, o quarto onde ele compunha (sempre usando uma máquina de escrever), hospital, e por aí vai…”. Para o cenógrafo, desta neutralidade cênica partirá o jogo teatral, e completa: “Concebemos três telas onde haverá projeções não realistas que remetem às cenas e canções, brincando com a estética da época. Imaginei um grande clipe, representando de maneira lúdica e simbólica a sucessão de acontecimentos na vida do Cazuza”.
Um amplo trabalho de pesquisa também foi essencial para a concepção musical do espetáculo. Os diretores musicais Daniel Rocha e Carlos Bauzys conceituaram a sonoridade em quatro situações: Barão Vermelho não produzido; a gravação do primeiro disco; e depois do sucesso, já consolidados. A banda solo de Cazuza também será reproduzida com fidelidade. “Adaptar a obra dele tornando-a cênica e, ao mesmo tempo empolgante e reconhecível ao público, foi nosso maior desafio. Usamos teclados programados com samplers e sintetizadores usados nas gravações do Barão. Dois guitarristas se revezam também entre violão de nylon, de aço e bandolim; além de um contrabaixo elétrico e uma bateria eletrônica programada com os timbres da década de oitenta”, define Daniel.
A escolha de Emílio Dantas para o personagem título foi imediata, segundo João Fonseca. “Trabalhei recentemente com Emílio em outro musical e o considero um talento extraordinário. Desde o começo, achava que ele era o ator ideal para o personagem, o que foi comprovado durante as audições com a aprovação unânime de toda a equipe e da família do Cazuza”. Emílio, que além de ator também é cantor – foi vocalista da banda ‘Mulher do Padre’-  foi pego de surpresa com a escolha: “Quando vi que a Lucinha estava no teste, fiquei desesperado. Não queria fazer feio na frente dela. João me mandou quatro cenas, mas só decorei duas. A saída foi incorporar a vibe do Cazuza, já entrei meio como naquela loucura dele no palco, fui sincero e falei que não tinha preparado nada. Busquei captar a essência do artista, sua postura na vida”, relata. O resultado, desde então, foi uma relação de total simbiose entre ator e personagem. “Vi muito vídeo, os bastidores, assisti a várias entrevistas, antes e depois da doença, doidão, sóbrio, prestei atenção na questão das gírias. Fui para São Paulo e voltei de carro ouvindo e cantando Cazuza, captando o jeito dele cantar, o carioquês, a língua presa… “.
O ator precisou emagrecer cinco quilos para o personagem: “Estava predisposto até a perder mais, mas chegamos ao consenso de que não seria necessário, porque há toda a fase dele saudável. Então, para representar a doença, vamos usar uma energia física mais baixa, maquiagem, luz e figurino”, finaliza.
Completando a ficha técnica, Paulo Nenem e Daniela Sanches (iluminação), Carol Lobato (figurinos) e Alex Neoral (coreografia). A banda que se apresenta ao vivo é formada por Marcelo Eduardo Farias e EvelyneGarcia(teclados), Bernardo Ramos e Daniel Rocha (guitarras), Raul D’Oliveira (baixo), Rafael Maia (bateria) eHebert Souza (programação).‘Cazuza pro dia nascer feliz, o musical’ é apresentado pelo Ministério da Cultura, com patrocínio da Sulamérica, Sem Parare Mills.
E assim, uma das trajetórias mais impressionantes da música brasileira é recriada pela primeira vez nos palcos. Aliás, nada mais oportuno, num momento em que se reascende no país, como poucas vezes se viu, articulações e movimentos em torno da ética, de transparência pública, de honestidade em diversos planos, de dignidade. “Não sei quem foi o ufanista que jogou essa bandeira. É uma pessoa louca, porque o Brasil não está em condições de receber manifestações como essa. Inflação de 900%, um monte de denúncias de irregularidades, fora o assassinato do Chico Mendes. Eu estou é triste! Desiludido!”, disse Cazuza para mãe, após cuspir na bandeira pátria durante um show em 88. Hoje, 15 anos depois, “eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades…”, Cazuza estaria se perguntando: mas, afinal, cadê o Amarildo?


FICHA TÉCNICA

Texto de  Aloísio de Abreu
Direção Geral João Fonseca
Produção Geral Sandro Chaim

Direção Musical Daniel Rocha
Supervisão Musical Carlos Bauzys
Preparador Vocal Felipe Habib
Coreografias    Alex Neoral
Cenário Nello Marrese
Figurino  Carol Lobato
VisagismoJuliana Mendes
Design de luz Daniela Sanches e Paulo Nenem
Design de som Gabriel D´Angelo
Apresentado pelo Ministério da Cultura
Realização: Miniatura 9, Chaim XYZ Produções
Elenco:
*Emílio Dantas, Osmar Silveira ou Bruno Narchi (Cazuza)
Atores convidados: Susana Ribeiro (Lucinha Araújo), Marcelo Várzea (João Araújo), André Dias (Ezequiel Neves)
Com: Fabiano Medeiros (Ney Matogrosso), Yasmin Gomlevsky (Bebel Gilberto), Thiago Machado (Frejat), Bruno Fraga (Maurício Barros), Bruno Narch (Serginho), Bruno Sigrist (Guto Goffi), Saulo Segreto, (Dé Palmeira), Dezo Mota (Caetano Veloso), , Juliane Bodini (Swing feminino), Oscar Fabião (Swing masculino), Osmar Silveira (sub Cazuza e Swing masculino) e Sheila Matos (sub Lucinha e Swing feminino).

Classificação: 14 anos
Duração: 150 min (incluindo intervalo de 15 min)




Tuesday, May 20, 2014




PAULÍNIA RECEBE CLAUDIA RAIA IN CRAZY FOR YOU


Em “Crazy for You”, Bobby Child (Jarbas Homem de Mello), é um playboy de Nova York aficionado por musicais, além de ótimo cantor e dançarino. Ele é enviado por sua mãe à pequena e pobre cidade de Pedra Morta com a missão de cobrar uma dívida e fechar o teatro local. Ao chegar lá, se apaixona por Polly (Cláudia Raia), filha do proprietário do estabelecimento. Bobby então tem a ideia de montar um espetáculo para levantar fundos e salvar o teatro. 

Wednesday, May 14, 2014

RITA COELHO RECEBE TÍTULO DE “CIDADÃ PAULINENSE”

À RITA COELHO

Solenidade aconteceu na noite de quinta-fera, 8
10337436 674405422627101_1197065564_oO vereador Danilo Barros (PCdoB), presidiu a sessão solene de entrega do título de “Cidadão Paulinense’” à Rita Coelho, que comandou diversos projetos na cidade, inclusive sendo secretária da Criança e do Adolescente (SECA) por mais de sete anos na Prefeitura de Paulínia. O ato aconteceu na Câmara Municipal de Paulínia, nesta quinta-feira, 8.
A homenagem contou com apresentação musical da pequena Thais Sartori de 8 anos e do grupo de dança de rua Peter Black.      
Danilo Barros havia escrito um texto, porém preferiu passar sua mensagem de forma espontânea.  “É uma honra entregar este título a essa pessoa tão especial, é uma homenagem justa e merecida. Quando propus o título sabia do carinho que as pessoas têm com a Rita, mas não imaginava tanta repercussão”, disse. Barros também se lembrou de seu marido, Roberto Coelho, que já faleceu, mas que também marcou sua história em Paulínia e da motivação que sempre recebia de Rita. “Foi uma pessoa que me ajudou o tempo inteiro durante o período em que estive como conselheiro do CMDCA (Conselho Municipal da Criança e do Adolescente)”, finalizou.  
Para Rita Coelho receber o título foi uma surpresa enorme. “Recebo esse título com humildade, porque todo trabalho é feito de soma. Reconheço que tenho que agradecer a Deus, a minha família, e aos ex-chefes. Ao ex-prefeito Edson Moura que confiou em mim. Paulínia me recebeu de braços abertos, pude fazer um pouco por essa cidade”, ressaltou.      
O vice-prefeito Francisco Almeida Bonavita Barros (PTB) e os vereadores Ângela Duarte (PRTB), Custódio Campos (PT), Du Cazellato (PP), Edilsinho Rodrigues (PP), Fábio Valadão (PROS), Gustavo Yatecola (PTdoB), Siméia Zanon (PROS) e Zé Coco (PTB) integraram a mesa.  Mais de 200 pessoas estiveram presentes no evento e ficaram emocionadas com a homenagem, pois Rita Coelho ajudou na formação de diversas pessoas.
Os parlamentares e o vice-prefeito discursaram sobre a homenageada, cada qual contou como conheceram Rita Coelho, do trabalho que desenvolveu a frente da SECA (Secretaria da Criança e Adolescente) e sua importância para a cidade. Todos deram os parabéns por toda sua dedicação às crianças e adolescentes e ao edil Danilo Barros pela concessão do título através do Decreto 145 de 2014, também de sua autoria. 
Fonte: Assessoria de imprensa do vereador Danilo Barros
Foto: Claudia Arantes

Friday, May 9, 2014

Título de Cidadão Paulinense

Título foi concedido ao poeta, escritor e jornalista Raimundo Lonato de Lima Batista
img 2346_20140331_1804049746O poeta, escritor e jornalista Raimundo Lonato de Lima Batista foi agraciado com o título “Cidadão Paulinense”, concedido pela vereadora Angela Duarte (PRTB), na sessão solene da entrega da honraria que ocorreu na última quarta-feira, 26, na Câmara Municipal de Paulínia.
Em seu discurso a parlamentar relembrou quando conheceu Raimundo.  As participações em concursos de redação e o esforço de superar o escritor para ter seu texto premiado. Para  Angela, Raimundo é merecedor deste título, devido a sua contribuição para com a literatura brasileira, disseminando a cultura em seus poemas e histórias, aliado ao humor, amor e amizade.
Angela destacou também a metamorfose o qual Raimundo vivenciou,  em superar todas as dificuldades e transforma-las em uma pérola. “ Uma pessoa rara, insistente que sempre lutou pelos seus sonhos. Homenagear Raimundo Lonato é uma forma de homenagear todos os artistas. Você sempre foi um cidadão paulinenses. Obrigada por ter me dado a honrar de conceder esse título”, finalizou a vereadora.
Os vereadores Fábio Valadão (PROS) e Zé Coco (PTB) também prestigiaram o evento e fizeram um breve discurso. Valadão definiu o jornalista como uma pessoa batalhadora e enfatizou que Raimundo era um privilegiado, porque poucas pessoas vivem da literatura e, ele apesar de todas as dificuldades, tem uma caminhada de 27 anos de sucesso.
Zé Coco lembrou que a homenagem era mais que merecida pela história de vida do jornalista. “Sempre acompanhei seu trabalho. Você é um guerreiro, um batalhador e merece nosso respeito. Estou feliz por participar da entrega deste título”.   
A cerimônia ainda teve sarau com Meire Muller falando sobre o homenageado, e Renata Soares  que narrou dois poemas do artista. A dupla Guilherme Lamas e Rafael Thomas fez uma curta apresentação de chorinho.
Raimundo Lonato  em suas considerações relembrou o tempo em que vivia na cidade de Soledade na Paraíba, e de como já era uma criança de iniciativa, gostava de está no meio político e logo se interessou pela literatura e decidiu que iria escrever um livro. Ao chegar a Paulínia trouxe na pequena mala vários sonhos entre eles o lançamento de apenas um livro. img 2354_20140331_1429802562
Em sua trajetória já publicou 16 livros sobre diversos temas, como: poesias, infantil e livro-reportagem. Atualmente o escritor está empenhado em seu próximo livro-reportagem intitulado "Dos Trilhos aos Palcos".
Entre os feitos fundou o Clube dos Poetas de Paulínia,  criou grupos de teatro e também foi um dos fundadores e membro do Círculo de Letras e Artes  de Paulínia , organizou a 1º Feira do Livro Infantil da RMC .Também  participa de feiras e realiza bate-papos nas escolas provocando o debate sobre a literatura.
Como jornalista escreveu para alguns jornais e revistas de Paulínia e Artur Nogueira. Atualmente mantém um blog “Paulineia Desvairada”, onde publica matérias sobre eventos culturais e personagens do folclore político da cidade. 

Foto: Claudia Arantes